Cozinha da Matilde

Berinjelas com hortelã e alho

Assim como a abobrinha com tomates, essa berinjela também é muito versátil, vai bem com tudo (antepasto, salada, massas…) e é bem simples de fazer. Um preparo básico, que pode ser consumido puro com pão ou entrar em inúmeras outras receitas, como o caso do Mafioso, massa furadinha com molho ao sugo, essa berinjela (que ela corta em cubinhos em vez de fatias) e ricota defumada que é o carro chefe da Dona Helena do Taormina.

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Eu adoro, sempre comia por aí, mas não acertava fazer em casa até que aprendi o macete para a berinjela ficar sequinha e crocante. E é essa dica que quero compartilhar aqui, uma vez que de posse dela você pode repetir várias vezes e inovar no uso!

E voltando à receita da abobrinha, aqui também a simplicidade impera: berinjela+ alho+hortelã e azeite – essa é toda a lista de compras para provar de uma vez por todas que menos sempre é MAIS!

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O segredinho é desidratar a berinjela antes de dourar no azeite. Se a gente não desidrata antes, quando levamos ao azeite junta muito líquido e ela fica molenga, encharcada, muito diferente do resultado que vamos ter aqui, uma berinjela sequinha e muito saborosa.

Ingredientes- 2 porções

  • 2 berinjelas
  • ½ dente de alho finamente fatiado
  • ½ xícara de hortelã chiffonade
  • azeite de oliva
  • sal e pimenta-do-reino a gosto

Modo de fazer

Fatie a berinjela com casca e tudo em lâminas bem finas. Eu costumo partir a berinjela no sentido do comprimento e então faço meias rodelas finas.

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Salpique as fatias de sal e disponha em uma peneira para que solte todo o líquido. Eu ainda coloco um  prato e um peso sobre ele para ajudar no processo.

Aliás, fica a dica: ter uma pedra na cozinha como esta aí da foto, ajuda em muita coisa. É um coringão e salva a pátria sempre que precisamos de um peso para ajudar em algum preparo, ou mesmo para incluir quente do forno em uma sopeira (e assim manter a temperatura da sopa no inverno), mas isso eu ainda vou ensinar aqui como faz.

Por hora, escolha uma boa pedra e deixe na pia para quebrar galhos em geral (e pode ser uma pedra com história, como essa aí que ganhei do meu primo Fausto, na Chapada dos Veadeiros e que me acompanha há alguns anos).

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Enquanto a berinjela desidrata (uns 30 minutos são suficientes) lamine finamente o alho. Cuidado aqui, como esse alho será usado cru, cuidado com exageros, meio dente é suficiente, mais que isso corre o risco de passar e ficar só com gosto de alho.

Aproveite também o tempo da berinjela para fazer o chiffonade do hortelã, que é um corte, o mesmo que fazemos com a couve, mas aqui aplicado ao hortelã. Vai resultar em fios muito finos de hortelã, quase um cabelinho de anjo, como na foto!

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Passados os trinta minutos, retire os punhados de berinjela da peneira e aperte-os nas mãos de maneira a retirar o excesso de líquido.

Aqueça azeite (basta cobrir o fundo de uma frigideira antiaderente), e acrescente as porções de berinjela e deixe que dourem no azeite, misturando com delicadeza. Eu gosto que fiquem mais douradinhas quase queimadinhas, pois adoro o sabor mais intenso da caramelização, mas você pode deixar um tempo menor.

Dica importante: faça aos poucos, uma porção de cada vez, do contrário vai juntar líquido. Essa quantidade de berinjelas eu dividi em duas porções.

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Escorra de preferência em uma peneira de metal (mas também pode ser em papel toalha), e então acrescente o hortelã chiffonade e as lâminas ultrafinas de alho.

Misture bem, polvilhe de pimenta-do-reino moída na hora e está pronto.

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Não é necessário acrescentar nenhum sal depois de pronto. Todo o sal usado para a desidratação é mais que suficiente.

Já disse que ela é muito versátil, não é? Então, fico devendo aqui um segundo post com várias aplicações dessas deliciosas lâminas.

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Bom apetite e um carnaval cheio de alegria e folia pra todo mundo!

Harmoniza com… por Marcelo Pedro (No Copo) e Marina Novaes (Na Pick’up)…

selos_02Esta berinjela foi parte das entradinhas de um almoço que tivemos com os amigos Telminha e Gui. A desculpa para o almoço era tomarmos uns vinhos especiais, daqueles que compramos e deixamos na adega, esperando uma ocasião especial. E nada mais especial que apreciar grandes vinhos com grandes amigos.

Começamos com um tinto espanhol da Ribeira del Duero, um Alión safra 2006, que esperou quase 1 ano e meio na minha adega. Quem me recomendou o Alión foi a Verônica, amiga de profissão e copo. É produzido pela Bodegas Alión, empresa fundada em 1991 pela Vega Sicilia, com uvas da variedade Tinto Fino (Tempranillo), envelhecido em barris de carvalho francês novo. Apesar de relativamente jovem, tinha taninos bem amaciados, mas bem presentes, uma super estrutura, odores complexos, com bastante fruta vermelha e Madeira, um final longo, muito persistente. Deve ser tomado após 3 a 5 anos, mas tem capacidade de envelhecer por até 20 anos. De tomar de joelhos!

A seguir, para não deixar a qualidade cair, abrimos um Brunello di Montalcino, que também não ficou atrás do espanhol. O Brunello foi o primeiro Italiano a receber a classificação DOCG, a mais alta categoria dos italianos, que é dada aos vinhos com regras bastante estritas de produção. Também é um tinto com grande capacidade de guarda e envelhecimento. Menos exuberante que o Alión, mostrou-se até mais redondo e equilibrado com o prato principal, uma bela massa com molho ao sugo e porpetinhas, que a Léti irá publicar em outro post futuramente.

Depois destes vinhos, nem pensamos em abrir outro, porque não havia na minha adega um vinho à altura. Ficamos com uma maravilhosa sensação de satisfação, porque estes vinhos merecem serem apreciados sobriamente, para não perdermos nenhum detalhe, nenhuma lembrança. A nossa!

selos_03Humm, esta Berinjela com Hortelã e Alho e meu clima Oriente Médio combinam! E com este toque versátil, Karina Buhr é a harmonização deliciosa!

Ela antes de versátil, é original. Baiana, cresceu em Pernambuco, onde participou intensamente do caldeirão musical e cultural que lá despontou no início dos anos 90, e desde 2003 vive em São Paulo, e já fez parte da companhia de Teatro Oficina Uzina Uzona, além de participações em outros discos, como da querida Anelis Assumpção, Mundo Livre S/A, Cidadão Instigado e etc…

Já lançou dois álbuns (“Eu Menti pra Você” e “Longe de Onde”), e sua banda é super poderosa, com Bruno Buarque na bateria e bases eletrônicas, André Lima no teclado, Guizado no trompete, Mau no baixo, Edgard Scandurra e Fernando Catatau nas guitarras.

Ela é bem amiga de amigos muito próximos, e tenho muita vontade de conhecê-la. Não só porque adoro seu som, mas também porque me apaixonei pela ação que ela lançou no dia das mulheres de 2012, Sexo Ágil. Ela e um time de mulheres ficaram de topless para discutir a hipocrisia de quem critica a burca alheia, mas esconde o próprio corpo e o alheio. Como falou à revista TPM de março de 2012: “O Brasil é um país muito machista (os homens e as mulheres), que tem um discurso lindo a respeito da burca alheia, mas não olha pro próprio pé”.

Para ouvir enquanto você desidrata a berinjela: Cara Palavra, uma música super rock and roll, e um clipe gravado no Marrocos:

Depois Nassiria e Najaf, para tirar o fôlego, e inspirado no bombardeio à Bagdad em 2003, ela conta a história de duas crianças:

Em seguida a super humorada Ciranda do Incentivo:

E para saborear o prato que você acabou de fazer, e por que ninguém é de ferro, Plástico Bolha, que é o meu mantra (com este vídeo incrível que achei com ela e a Teresa Cristina!):