Cozinha da Matilde

Linguine com abóbora assada e marscapone (veg.)

Embora fotografada aqui em Sampa, essa é uma autêntica receita praiana. No mais puro espírito da comida que faço no cafofo beira mar, sempre fruto do “limpa” da geladeira aqui de casa e a inspiração do momento, soprada em meus ouvidos pela brisa marinha.

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A tudo isso some-se um ingrediente especial, o marscapone (primo cozinheiro do mafioso Al. rsrs) que comprei na queijaria para testar.  Antes de viajar estive com a Ana Franco e perguntei o que ela costuma fazer com marscapone, além de sobremesas (óbvias), e ela, pô Let, mil coisas, né? Ele é uma delícia, super leve, delicado, vai bem com tantas coisas…

Chegamos na praia na sexta a noitinha e como sempre nem íamos jantar, apenas beliscar alguma coisa. Comecei a guardar as coisas na geladeira e automaticamente juntei um naco de abóbora cabotiá + cebola roxa + marscapone + ciboulette. Olhei pro lado e um pacote de linguine abriu um sorriso de oferecimento. Pimba!

Nem guardei os danados na geladeira, acendi o forno e botei água prá ferver na espagueteira. Ficou FANTASTIC! Perdoem o entusiasmo, mas isso faz pouco mais de um mês e já repeti o danado e algumas variações pelo menos umas 4 vezes. Saudável, gostoso e muito fácil de fazer.

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Perfeito para esses dias de friozinho e muita preguiça, quando tudo o que é a gente quer é muito amor e uma cabana com sofá prá se enrolar, de preferência com a casa aquecida e perfumada por comida que afaga e conforta.

A receita “queridinha do momento” você confere agora:

receita

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Ingredientes – 2 porções

  • 1/2 pacote ou 200 g de linguine (eu também fiz com papardelle e com fetuccine e ficou muito bom)
  • 1/4 de abóbora cabotiá cortada em lâminas com casca
  • 1 cebola roxa média cortada em gomos
  • 2 colheres (sopa) de manteiga sem sal
  • 3 colheres generosas de queijo marscapone (pode substituir por nata)
  • ciboulette fatiadinha para polvilhar
  • sal a gosto

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Modo de fazer

(1.) Disponha a abóbora e a cebola com a manteiga em um refratário, polvilhe com sal e leve ao forno pré aquecido na potência alta por cerca de 25/30 minutos (sem cobrir com alumínio), ou até que caramelizem como na foto (2.).

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Retire do forno e coloque no fundo da travessa onde vai servir a massa e ainda quente misture com as colheradas de marscapone (3. e 4.). Junte a massa quente (5.) e uma concha da água do cozimento (dica para manter sua massa hidratada e com aderência ao molho). Mexa delicadamente.

(6.) Polvilhe com a ciboulette e, se for o caso, com parmesão ralado (eu preferi sem, para não matar a delicadeza do marscapone).

Uma das variações que fiz por aqui foi substituir a abóbora por lâminas de beterraba, também ficou MARA!

Bom apetite!

Harmoniza com…

para beber

por
marcelo pedro

A Letícia tem essas boas idéias, de vasculhar a geladeira e fazer algo incrível. Muitas vezes acontece na casa da praia, pois sempre fazemos um rapa antes de sair de casa na 6a.feira e evitamos parar ou ter que gastar no supermercado da Riviera. Enfim, esta receita foi aprovada, claro, mas eu gosto de adicionar parmesão ralado, pra dar mais sustância.

Um mito, que infelizmente foi tomado como verdade, é que queijo e vinho foram feitos um para o outro. NÃO! Nada mais difícil que casar vinho e queijo. A chance de estragar um bom vinho tinto com um queijo com muita personalidade é enorme. Então algumas dicas:

  1. Vinhos brancos, por serem mais ácidos e menos tânicos, em geral vão melhor com queijos. Para queijos mais fortes, como roquefort, gorgonzola uma boa opção são os vinhos doces de sobremesa, como os de colheita tardia, ou o clássico Sauternes francês.
  2. Para queijos bastante gordurosos, o vinho deve ter bastante acidez, para quebrar a untuosidade.
  3. Em geral, tintos tânicos, como Malbec, Cabernet sauvignon, Tannat com queijo dão um péssimo gosto amargo e metálico. Se for tentar um tinto, tente um fortificado, como Porto, ou tintos suaves, como o Pinot noir.

Hoje vou indicar dois vinhos brancos, um mais leve e suave, pra quem for comer o prato sem parmesão, e um mais ácido, para quem como eu gosta de parmesão. A opção mais leve pode ser um Riesling, não muito ácido, que pode ser até um pouco mais doce, mas nada de garrafa azul, hein! Além dos clássicos alemães, que têm preços um pouco salgados, há bons Rieslings argentinos e chilenos, e mesmo brasileiros. Uma boa opção seria o Duetto, da Casa Valduga, um corte de Riesling com Chardonnay, que tem teor alcoólico de 12.5o, bom para um branco, e aroma bastante frutado, de cítricos e frutas tropicais.

Já para quem gosta de parmesão, um espumante Brut brasileiro, bastante ácido e seco, com o Miolo Brut ou o Casa Valduga Reserva Brut. Também poderia ser um Prosecco italiano, mas como já falei em outras ocasiões, perfiro espumantes brasileiros, produzidos pelo método champenoise tradicional, do que pelo método charmat.

Um brinde ao queijo e vinho, mas nada de tabuinhas com queijos em cubinhos e vinhos tintos. Saúde!


para ouvir

por
marina novaes

O mote para esta harmonização musical são os dias frios e muita preguiça, “quando a gente só quer muito amor e uma cabana com sofá prá se enrolar, de preferência com a casa aquecida e perfumada por comida que afaga e conforta.”

Chico Buarque é este abracinho sonoro, um conforto nostálgico. Por isso que a gente se mata de ouvi-lo antes dos vinte, e depois é recomendado notas homeopáticas, porque a sensação de saciedade pode ser resolvida bem rápido.

E como a receita do linguine tem o mascarpone como ingrediente especial, escolhi uma música do Chico com um toque diferente: não é de autoria dele, é do Walter Franco. Me Deixe Mudo. Na verdade, o disco todo, Sinal Fechado, de 1974, ele só interpreta musicas de pessoas legais, como Festa Imodesta, do Caetano, Sem compromisso, do Nelson Trigueiro e Geraldo Pereira, Copo Vazio, do Gilberto Gil, e o título da do disco, Sinal Fechado do Paulinho da Viola. (nossa, agora que eu percebi: QUE DISCAÇO, hein?)

Agora é só esperar o “Seja no canto/seja no centro”