Cozinha da Matilde

Cachorro quente das Lojas Americanas e aqui de casa!

Sou de pouca comida trash. Uma pessoa naturalmente saudável, adoro saladas e vegetais, não curto pizza, sandubas, frituras, salgadinhos. E isso desde sempre. Quando era criança corria para as frutas e verduras no mercadinho, enquanto meu irmão se jogava na prateleira de tranqueiras. Eu sempre pedia rúcula, rabanete, milho verde, quiabo, jiló, batata doce… era quase aquele moleque do brócolis na propaganda.

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Isso não quer dizer que eu não curta uma ou outra tranqueira. Sim, tenho as minhas eleitas, algumas beeeem trash, como ketchup, que amo, amo, amo a ponto de (vergonha absoluta) comer puro com arroz! Mas o campeão mesmo, o junkie que mora em meu coração, é o cachorro quente. Adoro!

Gosto tanto que tenho até minha lista de favoritos. Quando trabalhava no centrão vira e mexe almoçava um do Pedrinho Hot Dog, super famoso, faz fila na porta e tem o diferencial de usar pão francês fresquinho. Também gosto muito do que fazem na Hamburgueria do Sujinho, tem um molho de tomates frescos bem gostoso, assim como o da Lanchonete da Cidade. Em NY, a terra do hot dog, eu caio de boca até nos Papayas da vida (Grays e King) mas o que mais gosto, sem sombra de dúvida, é o da Kat’s Delicatessen com chucrute e pickles da casa, perfeito. Outro lugar onde o cachorro quente é imperdível é no Uruguay, na rua e em feiras é possível encontrar várias versões, com a salsicha cozida ou assada e muitos acompanhamentos gostosos como aji, pimentão pelado, conserva de cogumelos, chucrute. Eu me esbaldo!

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Mas o predileto mesmo (acho que foi por causa dele que passei a gostar de cachorro quente) e que virou a receita de casa (faço sempre), era o da Lojas Americanas, que infelizmente saiu de linha. Sua característica especial era o molho de tomate com tirinhas de pimentão, tomate e cebola em gomos, tinha um gostinho quase de salada quente que me conquistou (e sempre me deu uma ótima impressão de tudo fresquinho, feito no dia).

E não sou só eu quem sente saudades. Dei um google e achei comunidades no orkut e diversos posts saudosos sobre o danado. Era um clássico da categoria, dono de uma legião de fãs! (no final deste uma compilação do que achei)

E se não me faltavam motivos, eis que, depois de voltar do fim de semana em Itamambuca, Marina me pediu para qualquer dia escrever um post com uma receita de cachorro quente, já que a galerinha que ela conheceu na viagem precisava aumentar o repertório dos pratos com salsicha (clássicos de uma certa fase da vida… quem nunca!?). Foi a deixa que eu precisava para fazer essa delícia aqui pro blog e de quebra agradar a galera de casa que também adora!

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Ingredientes – 6 porções

  • 6 salsichas tipo viena – eu uso ou a Hans ou a Cerati, ambas muito gostosas
  • 2 latas de tomate pelado
  • 2 dentes de alho laminados
  • 1 cebola brunoise
  • 3 colheres de azeite de oliva
  • 1 tomate sem semente fatiado em gomos
  • 1/2 xícara de tomatinhos cereja partidos ao meio (invencionice minha, fora da receita original)
  • 1 cebola pequena fatiada em gomos
  • 1/2 pimentão vermelho e 1/2 pimentão verde ambos cortados em tirinhas
  • 1/2 xícara (chá) de folhas de salsinha inteiras
  • 3 colheres (sopa) de salsinha laminadas
  • 1 pimenta dedo de moça em lâminas (opcional)
  • sal e pimenta do reino a gosto

Modo de fazer

Cozinhe as salsichas em água fervendo.

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Em uma panela de fundo grosso sue a cebola brunoise no azeite com uma pitada de sal. Acrescente o alho e deixe suar.

Junte o tomate pelado, 1/2 xícara (chá) de água e deixe ferver. Amasse os tomates com as costas de uma colher. Deixe o molho cozinhar e reduzir por cerca de 10 minutos em fogo alto. Ajuste o sal.

Acrescente então os demais ingredientes: cebola e tomate em gomos, pimentão, pimenta e salsinha. Misture bem, tampe a panela e deixe cozinhar mais 30 segundos. Desligue o fogo e deixe descansar cerca de 3 minutos com a panela tampada.

Monte o sanduíche como você preferir, eu gosto de pão francês e apenas mostarda amarela picante!

Bom apetite!

Outros orfãos do cachorro quente das Lojas Americanas:

A conterrânea Kris Nardini do Cozinhando para Relaxar dá sua versão com toque de vinagre

Chucrute com Salsicha conta a primeira vez que mordeu um cachorro quente

A Altiplano lamenta o fim de um ícone

 

Harmoniza com… por Marcelo Pedro (No Copo) e Marina Novaes (Na Pick’up)…

 

selos_02Hot dog, cachorro-quente, lembra infância, festinha de aniversário, carrocinha de cachorro quente no parque de diversões, e claro, o super hot dog das Lojas Americanas. E por isso mesmo, acho que não seria pecado nenhum em tomar um guaraná, de preferência uma caçulinha em garrafa de vidro (denunciei minha idade, né?). Mas como refrigerante não tem glamour, nem é saudável, a harmonização de hoje será com cerveja.

E salsicha tem tudo a ver com cerveja, mesmo que a nossa salsicha de hot dog brasileira seja a viena, mais suave que as frankfurters estadunidenses ou as würts germânicas, e vão muito bem com uma boa gelada. Pode ser uma pilsen, como as tchecas Czechvar ou Pilsner Urquell, que já recomendei em outro post.

Mas como salsicha lembra Oktoberfest, que tal uma cerveja típica da festa bávara, uma cerveja Oktoberfest também conhecidas como Märzen, por ser produzidas no mês de março, ainda frio na Alemanha, com fermentação em baixa temperatura (ou seja uma lager), que ficavam estocadas em grutas ou cavernas frescas, para ser consumidas em outubro, já na primavera. Foram as primeiras cervejas lager claras e não defumadas, com sabor mais delicado, e que deram origem as demais lagers bebidas no mundo todo.

E outra coincidência, é que apesar de ligada a Oktoberfest de Munique, capital da Bavária, suas origens são de Viena, na Áustria. Neste estilo temos a nacional Eisenbahn, bastante honesta, mas a minha favorita é a alemã Paulaner Oktoberfest Bier, que tem cor dourada, espuma clara e firme, carbonatação média e amargor moderado, mas bastante evidente, devido à qualidade do lúpulo. Prost!

 

selos_03Foi, pedi mesmo para a Let escrever uma receita de cachorro quente. O pessoal que conhecemos em Itamambuca, antes estudantes do ensino médio, agora quase todos uspianos, mandavam muito bem nas músicas, mas na comida, era aquela estratégia: salsicha, macarrão, ervilha, milho, provolone, salsicha, molho vermelho, pão, cerveja alheia e mais salsicha.

Só que a Letícia tinha um Zap na mão, e logo lançou um “truco!”, quando falou da receita do cachorro quente das lojas americanas. Minha mãe, que desde que nasci não me lembro dela comendo carne, sempre me falou como era delicioso o sanduba de lá.

Então, coloco o Jackson Five para embalar este passeio direto do túnel do tempo, com I Want You Back. Quando esta música começa a tocar nem eu, minha mãe, os/as garot@s de Itamambuca, a Márcia, a Fátima, a Letícia, o Marcelo nem ninguém fica parado.

Como não da para comer um só, a outra canção que eu sugiro é Não se Perca por Aí, da banda Garotas Suecas. Com nome legal, esta banda que faz mais sucesso fora do Brasil e disponibiliza seu CD para baixar no site deles, fez esta música com clara inspiração no Roberto Carlos.

Mas as coisas hoje em dia são mais rápidas e efêmeras, que vários cabeludos aparecem na nossa rua, e se não viram um post, vivem com carinho nos nossos corações.