Cozinha da Matilde

Vitrolinha – Um pouco de romance nesta vida

Quem não viveu de amor, teve um suadouro, ficou com os pêlos da nuca arrepiados, teve trimiliques, perdeu o apetite, achou que fosse morrer por amor (ou desamor)… com certeza deve ser ruim da cabeça.

love-love-love

A inspiração dos poetas mais delirantes (e da torcida do Corinthians), o amor e tudo o que envolve uma relação é cantada desde a Era do Gelo.

E tem clássicos da música romântica que pelamor são obras primas! Pensei seriamente nisso uma vez no Tapas Club, na Rua Augusta. Era a noite da festa Chaka Hotnightz (direto do túnel do tempo) onde o mais fino do hip hop, dub e soul rolava nas pick up’s do Rodrigo Brandão. Eis que no meio da discotecagem ele coloca Disritmia do Martinho da Vila. Paralisei, fiquei em transe ouvindo. O Will, o Pedro Sergio, o Simon e a Mari também, todo mundo se cochichava, delirando. Até a Alessandra Negrini estava de olhos fechado com os braços pra cima cantando “Me deixe hipnotizado prá acabar de vez/Com essa disritmia”.

Alcione canta Sufoco, este samba de Chico da Silva que fala de um amor louco que ela esta sufocada, mas apesar de ter mil razões para deixar o cara, ela tem mil razões para perdoar… Quem nunca?!?!

Fagner estourou no final da década de 70 com Revelação. A canção composta pelos irmãos piauenses Clodo e Clésio, marcou uma geração, com solos de guitarras de Robertinho do Recife, e uma revelação de um amor que não vai embora, mesmo “se tentando de toda maneira dele se guardar”.

Os anos 80 foram generosos com todas estas declarações, dores, medos e alegrias, com muita luz neon.

Kleiton e Kledir fizeram jus a esta década, e deviam estar muito enebriados de amor quando compuseram Paixão. A letra tem pérolas do meu cancioneiro romântico (Ah! Esse maldito fecheclair!… ou Vou ficar até o fim do dia/ Decorando tua geografia), que no fim faz sentido, porque como já disse Ivan Lins, “o amor faz coisas que até mesmo Deus duvida”.

Outra romântica hors concours- delírio na pista é Agepê com Deixa eu te amar. Se Like a Virgin da Madonna não tivesse sido lançada no mesmo ano deste clássico, ia dizer que uma é versão da outra (Deixa eu te amar!/Faz de conta que sou o primeiro.)

Em Meu Disfarce, interpretado por Fafá de Belém, ela se mostra uma mulher liberada, mas que na verdade é mais frágil que uma flor. E como se fosse um jogo, ela segue fazendo um teatro para não demonstrar que esta apaixonada. E sofre…. (ah, e repare no figurino da Fafá no Globo de Ouro!)

O Rei Roberto Carlos fecha esta lista com Cama e Mesa, parceria com o Erasmo Carlos. De empregada a patroa, todas estão contempladas quando eles dizem que: Todo homem que sabe o que quer/ Sabe dar e querer da mulher/ O melhor e fazer desse amor/ O que come, o que bebe, o que dá e recebe.

Aiaiaiai, como é bom viver, né?